quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

GESTAR II/ MUNICÍPIO DE JURAMENTO/MG
RELATÓRIO DA OFICINA DO DIA 14/11
A oficina realizada no dia 14 /11 foi bastante produtiva. Foram iniciados os estudos do TP 6, que trata da Leitura e dos processos de escrita, tendo como foco a argumentação e o planejamento da produção textual.
Os debates acerca da argumentação foram muito interessantes, tendo ampla participação das cursistas que gostaram das atividades, não apenas do Avançando na Prática, como do TP. Ressaltou-se a importância de se trabalhar a argumentação não somente no texto dissertativo, que é argumentativo por excelência, mas também em vários outros gêneros como propõe o TP. A dificuldade dos alunos em identificar o que é idéia principal e o que é idéia adicional num texto foi comentada e concluiu-se que um amplo trabalho que enfoque esse aspecto é interessante para contornar essas dificuldades.
O poder argumentativo das palavras pode estar em várias manifestações da linguagem, e é necessário que os alunos percebam que argumentar não é algo tão difícil quanto parece. Ao se depararem com a produção do texto dissertativo, eles encontram muita dificuldade, mas nem percebem que se valem de argumentos o tempo todo para justificarem as mais diversas situações.
A seguir, foi realizada a atividade da página 219 do TP, que propõe o desenvolvimento de uma crônica a partir de um trecho do texto de Moacyr Scliar, intitulada “Espírito Carnavalesco”. Como as cursistas são poucas, foi solicitado que cada uma criasse um desfecho para a crônica e os finais criados por cada uma foram surpreendentes. Elas demonstraram muito entusiasmo pela atividade e pretendem fazer atividades como esta em suas aulas. Após a leitura de cada desfecho, foi lido o final original que foi bem diferente dos criados pelas cursistas, o que revela que a criatividade de cada um pode ser bastante explorada.
A oficina foi bem interativa, sobretudo, na atividade de reconstrução da crônica em que as cursistas demonstraram muito interesse e foi um aspecto bastante relevante, pois o professor de português deve passar esse mesmo entusiasmo pela escrita a seus alunos para que eles também se sintam motivados para realizar as suas produções. Elas costumam, inclusive, a fazer com os alunos algumas produções, o que é algo muito interessante para o incentivo para a escrita.
Eis os novos finais produzidos por elas:

JOSIANE

“ O marido, ainda contrariado por ter sido acordado, se levanta e se veste com qualquer roupa que vê pela frente. Sai. Bate a porta. A esposa ainda em fúria, por causa do barulho, se deita e espera por algum desfecho. O barulho que ainda ouvia seria sua resposta, que esperava uma solução.
Imaginou vários finais para amenizar a ansiedade pela demora. Pensou em apenas reduzirem o barulho ou sirenes de polícia cortando o enredo e espantando os foliões, porém, no meio de uma hipótese, pegou no sono e dormiu pesadamente.
Quando acordou, sentiu formigar o rosto, já era o sol entrando pela janela. Silêncio. Sentiu falta do marido que ainda não havia retornado. Histérica, levantou-se às pressas, jogou a camisola no chão e se vestiu apressadamente. Saiu. Ao abrir a porta de casa, descobriu o marido deitado no sofá, salpicado de confetes e envolvido em serpentinas. Ao ser acordado, só conseguia dizer: animação, animação, animação...”

MARILENE

“ _ O quê? Você não acha que está pedindo demais! Por que não vá você? – disse o marido.
_ Ora, não está vendo que estou tentando dormir?
_ Sim, mas eu já estou dormindo... Por favor, não interrompa mais meu sono, pois o barulho está incomodando você e não a mim.
_ Então ótimo! Fique aí dormindo sozinho que eu vou até lá, assim aproveito e pulo um pouquinho até o sono chegar. Durma bem!
Assustado com a atitude da esposa, ele também acabou perdendo o sono, ficando o resto da noite acordado, enquanto ela, se divertia com o ensaio da escola de samba.”