GESTAR II - MUNICÍPIO DE JURAMENTO/MG
RELATÓRIO DA OFICINA DE 13/03/10
PARTE I
A oficina do dia 13 de março de 2010, em seu primeiro momento abordou os principais assuntos do TP1, nas unidades 1 e 2: As variações linguísticas e suas inter-relações com a Língua e a Cultura. Esse tema é bem amplo e sempre provoca discussões interessantes, uma vez que a língua é dinâmica, envolvente e está intrinsecamente relacionada com o contexto cultural de que faz parte e que ajuda a construir.
O estudo do TP foi feito de forma agradável, procurando sempre a participação das cursistas. O conceito de dialeto e de registro foi bastante focalizado e ampliado, pois com a abordagem trazida pelos estudos formou-se um conhecimento mais substancial acerca dos mesmos. A norma culta e seu ensino na sala de aula, tema sempre carregado de controvérsias, foi também assunto que mereceu destaque. Ficou claro que seu ensino nas aulas de português é essencial para que o aluno consiga transitar entre as várias manifestações da linguagem e se mostrar apto para as exigências que o mundo moderno traz para com seu uso. O que deve ser orientado a ele é que as variações existem e devem ser respeitadas, elas fazem parte da cultura de um povo, de uma localidade ou de um grupo, e como tais, merecem legitimidade. No entanto, não se pode desconsiderar o prestígio da norma culta na sociedade e cabe à escola propiciar seu conhecimento a fim de que os alunos sejam capazes de utilizá-la nas diferentes situações de comunicação.
Isso revela o caráter dinâmico da proposta do Gestar, pois o que devemos garantir como educadores é que os alunos adquiram autonomia no uso da língua diante das diversas situações em que eles estarão inseridos em seu cotidiano. Essa perspectiva revela o quanto que a proposta é condizente com as necessidades do ensino da Língua e com as habilidades importantes de leitura e escrita de que nossos alunos necessitam. Ouso dizer que o ensino da norma culta é uma ação não só pedagógica,mas também social, pois propiciar aos alunos a oportunidade de falar e escrever bem é proporciona-lhes maiores chances de se destacarem no mercado de trabalho e no meio em que eles vivem.
PARTE II
No dia 13 de março, tivemos uma oficina diferenciada, pois ela foi construída num total de 8 horas, dividida em 2 partes. Como relatado acima, a primeira parte foi realizada com cada formador e suas respectivas cursistas e, depois, foi uma oficina coletiva.
Nessa segunda, iniciamos com a apresentação teatral do texto “Conversinha Mineira”, de Fernando Sabino, encenado por duas formadoras, a fim de ilustrar o assunto variações lingüísticas. Estive presente na encenação, fazendo o papel do mineiro dono da leiteria e foi gratificante participar desta peça ao lado de Julimar que fazia o forasteiro cheio de perguntas sobre a cidade. O mineiro é sempre uma figura caricatural no imaginário popular, com o seu falar caipira, seu jeito desconfiado e de prosa cheia de redemoinhos na linguagem, sem explicar direito o que de fato quer dizer. Interessante que essa pequena encenação do texto do brilhante Fernando Sabino ilustra bem não só a questão da variação, mas também seu entrelaçamento com a cultura, mostrando a íntima relação da língua com o meio que a utiliza.
Pegando o mesmo gancho do tema, na seqüência foi apresentada a música “Zaluzejo”, de Fernando Anitelli, idealizador do Grupo Teatro Mágico. A partir dessa encenação teatral e dessa música, foi feito um amplo debate acerca das variações lingüísticas, tendo como referência as discussões trabalhadas no primeiro momento da oficina, bem como os conhecimentos de cada cursista acerca do assunto.
Como foi um total de 8 horas de oficina, contando com a primeira parte, considero que foi um encontro dos mais prazerosos. O objetivo era realmente fazer uma oficina menos desgastante nessa segunda etapa, e os resultados foram ótimos. As cursistas demonstraram bastante empenho na atividade em grupo e apresentaram trabalhos muito interessantes.
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