domingo, 8 de novembro de 2009

GESTAR II/ MUNICÍPIO DE JURAMENTO / MG

RELATÓRIO DA OFICINA 10 DE 07/11/09


No dia 07 de novembro, aconteceu a primeira oficina de avaliação. O intuito dessa oficina foi avaliar formalmente qual a importância do Gestar para o trabalho das cursistas, bem como sua contribuição e influência na comunidade escolar no decorrer desses meses de estudo e aplicação.

Antes de iniciar a avaliação, fiz uma dinâmica com minhas cursistas. Já que são poucas e as conheço há um bom tempo e trabalhamos na mesma escola, foi possível selecionar uma música para cada uma, e dei a elas uma folha com a seguinte pergunta: “Que sentimentos essa canção lhe trouxe?” Como são três, selecionei três músicas: “Bandolins” para Eliane Braga, “Tocando em frente” para Marilene Rodrigues e “Lenha” para Josiane Clarissa. Foi uma espécie de momento de auto-conhecimento, que já deu um pontapé inicial para começarmos a avaliação que tinha um caráter mais reflexivo, analítico. Foi um momento interessante, de desabafos, confidências e consegui encontrar canções que realmente tinham relação com suas vidas e com suas histórias.

Minha experiência como formadora de cursistas que trabalham comigo e que são minhas amigas é singular. Conheço de perto o trabalho que elas desenvolvem na escola, pois participo dele e nem me vejo como uma professora delas, mas sim, como uma colega que divide experiências. Aprendo muito com elas e nesses momentos reflexivos conheço muitas coisas que talvez em outras situações não teria como descobrir.

A seguir, foi distribuída a avaliação, que contemplou 12 questões, as quais se destacam:

1)Como acontece o GESTAR II na sua escola e principalmente na sala de aula?

2 )Fale sobre sua concepção de língua: antes e depois do GESTAR.

3)Comente os conceitos apreendidos nos TP’s estudados.

4)A partir dos conceitos apreendidos, como você aprimorou o planejamento das suas ações pedagógicas?

5)Qual material do GESTARII foi mais útil na sua prática pedagógica? Explicite.

6)Foi preciso fazer adequações do material do GESTAR II para atender às necessidades dos alunos? Quais?

7)Como é a aceitação do GESTAII pelos alunos?

8)Quais foram as dificuldades de leitura mais comuns encontradas nas atividades de seus alunos?

9)Quais as dificuldades de escrita?

10) De que forma você procurou solucionar as dificuldades de leitura e escrita encontradas?

11)Que evoluções você percebeu em seus alunos a partir do GESTAR II?

12) Comente a socialização das práticas pedagógicas nas oficinas.

As questões, de um modo geral, procuram delinear a trajetória do Gestar nas escolas através do trabalho das cursistas. Os Avançando na Prática são a concretização dos estudos, a aplicação dos conhecimentos adquiridos nas oficinas e nos TPs. E a troca de experiências nas oficinas é um modo de refletir sobre a prática, analisar o que foi proveitoso e o que não foi. É um momento muito importante, que raramente acontece nas escolas devido à própria correria do cotidiano.

Ao socializarem suas respostas, dinâmica que também fazia parte da avaliação, elas foram unânimes com relação ao TP3 que trata dos gêneros textuais. Gostaram muito da abordagem dos gêneros que é feita nele, bem como as atividades propostas. Por sinal, foi o TP mais comentado durante os encontros de formadores, o que a professora Tamar disse que estava mais amarradinho com a proposta e realmente o que particularmente estudamos com mais interesse. Evidentemente, não estamos desvalorizando os outros TPs, longe disso, pois todos contemplam conteúdos interessantes e fundamentais para uma prática realmente significativa.

Foi possível perceber que o Gestar tem contribuído para orientar a prática, mas as cursistas já desenvolviam um trabalho voltado para a criatividade com atividades dinâmicas e que levam os alunos a construírem os conceitos e não apenas a assimilá-los mecanicamente. Nessa perspectiva, o Gestar veio auxiliar ainda mais o trabalho delas que já era bem dinâmico e criativo.

Algumas críticas quanto ao material também foram apontadas, até porque condiz com o objetivo da avaliação. As cursistas apontaram que certas atividades dos TPs contemplam textos e assuntos distantes dos alunos, pois cada região tem suas particularidades, sobretudo, para alunos oriundos de zona rural como é o caso de muitos dos nossos. E se o material é o mesmo para o Brasil todo, é interessante uma revisão nesse sentido porque cada região tem suas características e realidades sociais e econômicas bem diversas, portanto, uma padronização com o mesmo material não seria tão interessante com a proposta tão diversificada do Gestar.

Terminamos a oficina com esse momento de socialização das respostas. Foi bastante significativo como sempre são os relatos de experiências. Foi orientado que elas estudassem o próximo TP que será o 6 para a oficina seguinte.

A experiência da avaliação foi muito relevante, foi uma oportunidade de revermos toda a trajetória e nos preparar para as próximas fases do Gestar.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009


"Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. Professor é assim, não morre jamais."
Rubem Alves

GESTAR II – MUNICÍPIO DE JURAMENTO/MG

RELATÓRIO DA OFICINA 9 ,DIA 24/10/09

Antes de todas as atividades, tivemos um momento especial no pátio, onde todas as formadoras receberam suas cursistas para homenageá-las pelo dia do professor, no último 15 de outubro. Ao som de uma música instrumental calma e relaxante (músicas do instrumentista Carlos Carty), lemos mensagens especiais que motivam, valorizam e dão ânimo a esse trabalho tão árduo que é ensinar. O ofício de professor carece nos dias atuais de respeitabilidade e valorização. E não apenas no que diz respeito à remuneração, mas também ao reconhecimento de nossos esforços e de nossa representatividade no alicerce da cultura, do saber e do caráter de nossos jovens. Toda homenagem que é feita ao professor é pequena perto da dimensão do seu trabalho e de suas dificuldades.

Após as mensagens, foi distribuída uma “lembrancinha” singela, mas afetuosa que demonstrou nosso respeito e consideração pelas cursistas que são professoras e pesquisadoras, pois o Gestar requer isto: estudo e pesquisa, a fim de propiciar uma prática diferenciadora e eficaz.

Depois desse momento, cada qual se reuniu nas salas com suas formadoras. Inicialmente, tratamos de alguns assuntos de ordem prática como o novo cronograma das oficinas com a previsão até 2010; e procurei ler todo o e-mail enviado pela Secretaria como resposta para algumas reivindicações feitas pelos formadores no curso realizado em Belo Horizonte no mês de agosto. Achamos importante transmitir essas informações às cursistas, pois isso revela uma relação de transparência e parceria entre nós.

Trabalhamos os principais pontos das unidades 19 e 20,do TP5, que tratam da coesão e das relações lógicas no texto. Os aspectos ligados aos elos coesivos, à progressão textual foram destacados.

Tenho percebido, no entanto, que as cursistas andam mais cansadas, o que é natural por estarmos no final do ano e, geralmente, muito serviço se acumula. E se torna difícil conciliar as atividades do trabalho com os estudos. Mas ainda resta ânimo para prosseguir no curso e isso é muito válido. Percebo que o Gestar tem trazido bons resultados e melhorias para a prática delas.

A seguir, foram feitas algumas orientações a respeito do projeto, foi distribuído um resumo das partes que devem compor seu esqueleto, e cada passo foi discutido. Em plantão anterior, as cursistas já esboçaram as idéias e delimitaram o tema que será relacionado aos Gêneros Textuais. Como trabalham na mesma localidade será feito um projeto em comum e terei minha contribuição nele também, já que atuo na mesma escola, o que facilita muito o contato com as cursistas e posso acompanhá-las de perto.

Foram dadas as orientações finais acerca da próxima oficina e terminamos com alguns pontos do projeto bem adiantados.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Estrela de Chão

Alexandre Andrés

Tenho em minhas mãos

O que não se vê

Guarde com você

Bem no coração

Pode acreditar

Pode amar sem medo

Viver é perigoso

Mas o mal maior é não viver

Tudo se desfaz

Rápido demais

Mas o nosso pó

Não é barro só

Tem o pó do chão

E o pó das estrelas

O que é pesado desce

E o que é leve pode flutuar

GESTAR II – MUNICÍPIO DE JURAMENTO/MG

RELATÓRIO DA OFICINA 8 DE 03/10/09

Em virtude de reposições aos sábados na escola onde as cursistas trabalham, a oficina que seria realizada com nossa turma no dia 26/09,foi transferida para dia 03/10 no município de Juramento, após atividades de reposição que aconteceram nesse dia.

Num primeiro momento, para abrir os trabalhos, foi tocada uma música chamada “Estrela de chão”, do cantor e compositor Alexandre Andrés e as cursistas receberam uma cópia da letra. O objetivo de iniciar a oficina com uma canção foi continuar abordando as noções de Estilo que foram discutidas no encontro anterior e também propiciar um ambiente relaxante e tranqüilo com uma boa música.

As cursistas apreciaram muito a canção que não era conhecida, até porque o cantor está iniciando sua carreira, e foram comentadas as relações de sentido da letra bem como suas metáforas e a parte que cada uma achou mais bonita.

Após a canção, foi apresentado o filme “Narradores de Javé”, plano que não foi possível na oficina anterior. O filme aborda a história de um povoado que está prestes a desaparecer por completo com a construção de uma barragem que irá alagar o local. Preocupados com a destruição do lugar onde moram e também de suas origens, de suas tradições e de suas histórias, os moradores se reúnem a fim de tentarem encontrar uma solução que impeça o desaparecimento do lugarejo.

Entra em cena Antônio Biá, ex-carteiro do povoado que fora expulso pelos moradores por causa de seus trambiques e que é o único morador capaz de realizar a façanha de escrever a história do local para poder convencer os donos da usina a não construírem a barragem por lá e não destruírem o vilarejo. Os narradores são os próprios moradores que, a seu modo, vão pincelando com seu toque peculiar a história das origens de Javé entremeadas com suas histórias particulares. O filme despertou muito o interesse das cursistas que também gostaram muito dos ditados populares e expressões típicas do personagem Antônio Biá.

Terminada a apresentação do filme, foram feitas algumas considerações sobre a história, aliadas às questões sobre Letramento (TP4) e Estilo e Coerência (TP5). Os pontos mais relevantes foram discutidos a partir das seguintes perguntas:

Proposta de Análise do filme “Narradores de Javé”

1) O que significa fazer o “o papel de escriba”?

2) Qual o papel do escriba naquela comunidade?

3) Analise os traços de oralidade daquela comunidade.

4) Qual a relação entre oralidade e escrita?

5) Analise as práticas de letramento daquela comunidade.

6) Como você percebe a relação entre ser alfabetizado e ser letrado no contexto do filme?

7) Em que atividades práticas, no contexto da sala de aula, você exerce o papel de escriba?

8) Qual a importância do escriba na construção da leitura e da escrita?

9) Aponte as marcas estilísticas dos narradores da cidade .

10) Como a coerência é construída no filme?

Ressaltamos o papel da escrita para uma comunidade e o peso que aqueles que fazem o papel de escriba têm para a sociedade. A escrita sempre teve uma relevância muito forte em toda a história da humanidade e pode-se dizer que seu desenvolvimento foi fundamental para todo o avanço que o mundo conhece nos mais variados setores. O texto escrito, o registro, a escritura têm valor inestimável. São os registros do passado que ajudaram a construir a história e fazem com que ela seja conhecida e entendida hoje.

Aquela comunidade abarcava ricas histórias de seu povo, de suas crenças e tradições, no entanto, tudo estava “na boca do povo”, eram registros orais. Não havia documento escrito, não havia registro válido que conferisse aos olhos dos poderosos a importância que aquele local tinha para aquelas pessoas.

As práticas de letramento e alfabetização são bem marcantes no filme. Constatamos que mesmo aqueles que sabiam ler não se sentiam prontos a fazerem o registro da história de Javé, sendo preciso recorrer ao inimigo público número 1, Antônio Biá, para que ele tentasse resolver o problema. É o que acontece com quem é alfabetizado, mas não tem letramento, sabe ler,mas não sabe interpretar ou mesmo produzir textos.

O filme também dá margens a enfoques interessantes a respeito do estilo,uma vez que Biá tem um estilo inconfudível, com suas expressões típicas. Constatamos que ele fala o dialeto do local, mas possui o idioleto que é um traço mas marcante,mais individual e peculiar. Algumas de suas expressões ou ditos populares foram até registradas pelas cursistas que se deleitaram com suas pérolas. Entre elas destacamos: “Ta achando que eu sou espermatozóide de ninja?”, “Não confunda Harbeas Corpus com Corpus Christie”, “Isso aqui tá parecendo reveillon de muriçoca.”, “Bando de abelha menstruada.” ... entre outras.

O filme foi considerado riquíssimo pelas cursistas, não apenas por destacar as questões acerca do letramento e do estilo, mas também do regionalismo e do jogo do poder daqueles que veem apenas seus próprios interesses e não se importam em destruir a cultura, a história e a vida de pessoas humildes.

Após as discussões sobre o filme, retomamos alguns pontos da TP5, nas duas primeiras unidades, a pedido das próprias cursistas a fim de esclarecer algumas dúvidas acerca de Estilo.

Como a apresentação do filme tomou grande parte da oficina, não foi possível fazer a troca de experiências dos Avançando na Prática. Foram cobrados assuntos de ordem prática, como os relatórios e marcados plantões para definição do projeto.

Foi uma oficina agradável, diferente das demais em todos os aspectos, até mesmo com relação ao local onde aconteceu. O filme foi muito bem aceito e as discussões bem interessantes.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

GESTAR II/ MUNICÍPIO DE JURAMENTO/MG

RELATÓRIO DA OFICINA DE 12/09/09

Fizemos toda uma programação para a realização da oficina do dia 12/09, pois tínhamos a intenção de apresentar o filme, “Narradores de Javé”, a partir do qual traçaríamos pontos relevantes sobre letramento (TP4) e também sobre estilo (TP5). Todas as turmas de Português ficariam juntas não só pela questão do espaço físico para assistir ao filme, mas também para dar margem a uma discussão bem mais ampla e coletiva. Era a oportunidade de fazer uma oficina “com novo formato”, com todo mundo reunido.

Mas, como imprevistos acontecem, tivemos um problema com a aparelhagem de som e não foi possível passar o filme. Foi um pouco frustrante, afinal estávamos entusiasmadas com a perspectiva de ter uma sessão de cinema e com as discussões que poderíamos fazer através dela. No entanto, a oficina prosseguiu, partimos para o chamado “plano B” e demos continuidade “sem deixar a peteca cair”.

Essa situação de imprevisto foi interessante. É uma situação que nos remete à própria prática em sala de aula. Nem sempre nossas aulas programadas com tanto zelo, com tanta expectativa dão certo. Muitas vezes imaginamos uma coisa e acontece outra, bem diferente do que foi premeditado. E em outras ocasiões, o improviso surte mais efeito do que o programado. Não temos o domínio de tudo, mas podemos aprender a reverter os problemas e transformá-los para encontrar a solução. Na prática escolar, lançamos mão do plano B,C,D... e por aí vai, conforme a turma e o contexto. É interessante também destacar o que não dá certo, pois com os erros aprendemos até mais que com os acertos.

Após constatarmos que não seria mais possível apresentar o filme, mantivemos nossas turmas no pátio, todos juntos para realizarmos a discussão das unidades 17 e 18 da TP5 que trata de Estilo e Coerência. Foram bem amplas as discussões. Como minha turma de cursistas é bem pequena, foi algo novo para mim uma discussão com tantos professores.

A questão do estilo foi bastante discutida. Cada formador deu sua contribuição, ressaltando que o estilo é algo intencional, individual. Diferente do dialeto que é coletivo, que exprime as características de um grupo. E o idioleto que é o traço individual de quem usa o dialeto. Ressaltamos a questão das variações lingüísticas que devem ser respeitadas em sala de aula e não ensinadas, uma vez que o aluno as reconhece em seu cotidiano e cumpre à escola o papel de também reconhecê-las e ensinar a norma padrão. Os alunos precisam saber fazer esse intercâmbio entre as várias possibilidades de comunicação a fim de exercitarem sua competência comunicativa.

Apresentamos slides que resumiram bem os principais pontos da Estilística e nortearam as discussões. A questão dos gêneros ainda é motivo de dúvidas pelo que pude perceber. Deixamos claro que, ao trabalhar com gêneros textuais dos mais variados, temos a possibilidade de abordar vários aspectos linguísticos, inclusive os gramaticais.

Outro aspecto que foi possível perceber nas discussões é que muitos professores ainda esperam do Gestar uma fórmula pronta para todas as situações de leitura e escrita. Na verdade, não existem fórmulas prontas e a perspectiva do Gestar não é essa. O intuito do projeto é realmente modificar a metodologia de trabalho, dando ao professor mais autonomia, dinamismo e criatividade.

Ressaltamos a importância dos conhecimentos prévios que precisam ser acionados para que o aluno entenda um texto e que este tenha sentido para ele. Um texto tem coerência conforme o que o leitor sabe. A coerência se faz dentro de um contexto, ou seja, ela é construída a partir do texto, não está no texto.

“ Mais uma vez, temos que reconhecer que a coerência depende muito do que os interlocutores sabem sobre si e sobre o texto que serve de base para a (re)construção do mundo textual. Leitores diferentes podem ser levados, por suas próprias experiências, a construir diferentes coerências, ou incoerências, para o mesmo texto...”( TP5, pg.103)

É angustiante, na verdade, quando tentamos exaustivamente levar nossos alunos a lerem e entenderem o que lêem, quando tentamos mostra-los que um determinado texto tem coerência. Mas, muitas vezes, eles não percebem isso porque lhes faltam os conhecimentos prévios, as experiências necessárias para entender o que o texto diz. Afinal, “a coerência textual também depende da cooperação do leitor para estabelecer a solidariedade significativa entre as partes de um texto.”

Após as discussões, os professores-cursistas se reuniram em grupos para fazer a Proposta de Atividade da Oficina 9, na página 254 da TP5, cujo objetivo era analisar um texto publicitário da Usina de Furnas.

As observações feitas pelos grupos foram muito interessantes, inclusive houve até quem questionasse a qualidade da propaganda e quem aproveitasse o ensejo, no estudo prévio feito em casa, e pesquisasse vários outros projetos desenvolvidos pela Usina. Enfim, todas as abordagens foram ricas, pois permitiram a exposição de diferentes pontos de vista que foram muito pertinentes para entender como a coerência foi construída a partir do texto, de suas imagens e,sobretudo,das experiências prévias que tinham sobre o assunto.

Apesar dos imprevistos, a oficina aconteceu de forma satisfatória. E para todos acredito que foi uma novidade ter as turmas misturadas,pois permitiu um modo de interação.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

GESTAR II – MUNICÍPIO DE JURAMENTO/MG

RELATÓRIO DA OFICINA DE 15/08

No dia 15 de agosto, foi realizada a última oficina da TP4, na qual foram abordadas as Unidades 15 e 16. As questões sobre letramento, discutidas na oficina anterior, foram muito importantes para estabelecer uma conexão com o que foi trabalhado nessa segunda parte.

Na Unidade 15, tivemos uma ampla discussão acerca da importância das perguntas que são elaboradas para um texto. Sabemos que ler implica em várias habilidades e toda leitura requer uma finalidade. Debatemos a respeito dos conhecimentos prévios que são tão importantes para que o aluno entenda realmente o que o texto diz. Foi interessante estabelecermos que as perguntas giram em torno de diferentes habilidades, tais como: identificação de informações explícitas, inferências e que há perguntas relacionadas não somente à opinião, como também ao gosto pessoal do aluno, e que tudo isso deve ser levado em conta.

No entanto, argumentamos que há o problema de o aluno sentir dificuldade de extrair do texto informações explícitas básicas, o que demonstra o quanto o trabalho com o texto é importante e, ao mesmo tempo, desafiador. Por isso o trabalho com a leitura compartilhada em sala de aula, uma boa escolha do texto e adequação das perguntas com o nível de aprendizagem e de conhecimentos prévios dos alunos são imprescindíveis.

São as perguntas que movem o mundo, são elas as detonadoras de pesquisas, descobertas, evoluções e avanço que a humanidade já experimentou e ainda experimenta a cada dia. E no trabalho com o texto elas são essenciais. Elas norteiam o aluno, encaminhando-o para o conhecimento, para o aprendizado.

Na Unidade 16, que trata das crenças, teorias e fazeres da produção textual, discutimos qual o verdadeiro papel da produção de textos em sala de aula. Para que nossos alunos devem aprender a escrever bons textos na escola?

Independente de dom artístico ou literário, concluímos que o desenvolvimento de habilidades para a prática da escrita deve propiciar aos alunos a capacidade de se tornarem leitores que sejam capazes de escrever de forma eficiente conforme as exigências atuais. Em suma, o desenvolvimento e o ensino da escrita devem ser vistos como um processo de produção que leva em consideração as situações comunicativas.

Na sequência das atividades, foram relatados os trabalhos com o Avançando na Prática em que as cursistas demonstraram bastante empenho e resultados interessantes. Isso mostra que as atividades do Gestar têm contribuído não somente para ampliar conhecimentos teóricos, mas também, para enriquecer a prática.

Contudo, é pertinente apontar que não são apenas os resultados positivos que são destacados. As cursistas também comentam sobre as dificuldades para se realizarem as atividades, uma vez que, por mais que seja criativa uma atividade, isso não significa que os resultados em sala de aula serão totalmente eficientes.

Após as discussões teóricas e os relatos de experiências, foi feita em grupo a atividade das páginas 220 e 221 da TP4, que parte de uma ilustração com várias crianças de diferentes características físicas, cujo desenho foi baseado no anúncio de uma fundação dos EUA que trabalha com crianças que vivem em bairros periféricos.

As cursistas apresentaram a interpretação que fizeram do desenho e a partir dela, redigiram uma propaganda relacionada com essa interpretação. Foi uma atividade bastante interessante, que evidenciou diferentes posicionamentos e também o projeto para uma aula sobre profissões que pode ser adaptada na escola.

Foi uma oficina muito proveitosa, em que foram discutidos e alicerçados muitos pontos importantes acerca da escrita, da leitura e da prática em sala. Afinal, são essas abordagens que propiciam uma significativa melhoria no processo de ensino e aprendizagem, objetivo primordial do Gestar II.